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Sem título, sem nada e sem tudo o que há no nada

Não, eu não sei o que dizer a você. E não me olhe com esses olhos de ironia, não pense que é fácil não saber, não ter nenhuma pista qualquer pra dar norte as minhas manias bipolares. Eu nem mesmo oscilo. Ah, quem dera oscilar... Pelo menos eu estaria optando por algo, mas não, nem isso. Sim, tenho medo de criar raiz na encruzilhada, medo de não regressar nem seguir a diante. Medo de ir embora e medo de abrir a porta. Meu coração traidor nem mesmo me ajuda, parece um catatônico congelado aqui dentro, mas você sabe que a culpa é sua. Foi você quem lhe deu desdém embrulhado em uma caixinha bonita. Você sabe. Pois talvez tenha sido isso, talvez seja esse o motivo dele não dar qualquer sinal de vida. Acho que vou precisar decidir sem ele, então não me peça mais pra escolher com o coração, por favor. Respeitemos o fato dele estar na UTI, mas oremos pra que ele volte um dia, quem sabe.

(Mani Jardim - trecho de A Fresta de Minha Fossa Abissal)

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“Ressinto-me de minha rebeldia, de minha revolta gratuita. Sou assim desde pequena, o bebe que não aceitava presilhas no cabelo. Cuja primeira palavra foi um sonoro e pontual: NÃO! Sei que preciso aprender a lidar com as cortinas da vida, mas minha terapia evolui “a passos de formiga e sem vontade”, porque gosto de ir parando no caminho. Eu que já personifiquei admito a minha sensibilidade excêntr ica, mas, acima de tudo, a minha ambição espiritual. Gosto de fidelizar sensações e escrevo para dizer que não me canso. Escrevo para afirmar, de forma cansativa, a minha persistência em ser incansável. As palavras que saem de mim não são verdades absolutas, não são teorias cientificas capazes de resolver equações complexas, tampouco trazem a cura de qualquer cólera vagabunda. Não! São sentimentos em ebulição, em busca de uma simbiose qualquer. Para o outro talvez sejam palavras sem a menor inter-relação, mas- para mim- são sangradas da alma. Reagem ao meu entusiasmo, transf...
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