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O CONTO DO PALHAÇO TRISTE

Ontem, quando soube da notícia da morte do ator Robin Willians, ou melhor, quando eu soube da forma como o ator morreu (porque a morte choca, mas é uma condição da vida, já a maneira como ela vem é que nos deixa realmente surpresos), fiquei assustada. Acredito que 90% das pessoas o associavam a um sentimento bom, de amor e, sobretudo de alegria. Li muitas mensagens: “seus personagens me trouxeram tanta felicidade...”. Mas por algum motivo a alegria que transmitia não era suficiente para si mesmo. É como o conto do palhaço triste ou como o ferreiro que em sua casa utiliza apenas espetos de pau. É complicado. Todavia, ao que me parece, a sociedade está caminhando para uma “versão inversa do seu verdadeiro eu”. Pior ainda do que o autor que pelo menos foi sincero em muitas declarações, mas caminhando para o mesmo fim, a sociedade do espetáculo, que deu origem à sociedade da exposição, abastece constantemente seus aparatos com sorrisos, pratos formidáveis, paisagens estonteantes..

Vendi artesanato, poesia, malabares e voltei rica...

Sabe, acho engraçado quando as pessoas dizem acanhadas: “Você morou na rua, né?”; “Você era hippie e foi embora um tempo” ou “Me contaram de você”. A melhor de todas eu ouvi ontem, mas... Enfim. Sim, eu fui embora um tempo... E me orgulho por cada momento que vivi, eu dormi na rua – sim - quando precisei, dormi no meio do pantanal e em bibocas na Bolívia. Aprendi a montar uma barraca rapidamente porque ia escurecer e a desmontá-la mais depressa ainda. Aprendi, com o meu 1 metro e meio, pular na carroceria de caminhões gigantes pra não perder a carona, aprendi que onde não tem farmácia a natureza revela ser a verdadeira mãe da medicina, aprendi   que café de ribeirinho é o mais gostoso que tem, que gente humilde acolhe, dá comida, dá carinho e dá sorriso. Aprendi que de fome eu não morro, que de frio eu não morro e que onça não avança se não for incomodada. Vendi artesanato, poesia, malabares e voltei “rica”! Pedalar parte do Brasil me fez aprender muita coisa que carrego com or