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Mostrando postagens de julho, 2015
... Subitamente pôs-se a guiar com agressividade. No caminho, despiu todas as peças que não lhe pertenciam mais. Retirou a calça, a camisa e esfregou a face para que os lábios voltassem a empalidecer, como de costume. Rompeu o silêncio com um grito rouco e fraco. Tornou a gritar, cada vez mais alto. Com as rédeas firmes, acelerou o passo. Recrudescendo ao seu ciganismo.   Aos poucos a impermeabilidade foi enfraquecendo, o raiar do dia despertou um sorriso tímido, sem dentes, mas sincero. Nua e completa ela aquietou-se, pois toda eternidade estava ao alcance “daqueles olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. (Mani Jardim - trecho de A Fresta de Minha Fossa Abissal)