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Eu, você e a desordem

Pare de alimentar as borboletas azuis do meu estomago. Deixe-as em paz. Pare de bagunçar minhas ideias, minha rotina e meu trabalho. Pare já com isso! Não tem graça ou talvez tenha, mas pare – estou mandando! Você sabe eu não tenho lógica, gosto de café amargo no verão e chocolate extra doce no inverno. Está tudo um regaço por aqui, parecendo quarto de adolescente reprimido. Preciso reunir cada peça jogada e você aí fora fazendo festa, me confundindo ainda mais.  Desliga esse despertador, por favor. Pare de me dizer que já é hora de dizer aquilo que eu preciso dizer. Sem pressa, não me apressa! Na minha cabeça tudo não passa de um emaranhado de equações malucas e eu sempre desisto antes do denominador final, sabe bem disso. Não sou assim tão simples, tão lucida e tão sucinta.

(Mani Jardim - trecho de A Fresta de Minha Fossa Abissal)

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