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A Era do Espírito


“Tudo é nada. Até que um dia você descobre que aquele nada era seu Tudo”. Questionar a vida, a existência, a dor, a felicidade. Seria a felicidade um intervalo? Seria o sofrimento um desengano? Irrespondíveis (ou não), a verdade é que as emoções são inerentes do homem. Do homem bom e do homem mau. Estar feliz não é o mesmo que permanecer feliz. Mas então qual o sentido deste sentimento tão abrupto e veloz? Não sabemos. O que fica é a consciência de que tudo é passageiro, instantâneo. A felicidade e a tristeza são instantes, o que nos resta é a memória. E o comportamento de que algo incessantemente precisa ser resgatado.

Resgatamos os traumas, os amores, os dias felizes. Ou seja, o que define a vida não são as emoções e sim as lembranças.

Independente da particularidade que traz a busca de cada um, o ser humano é absolutamente complexo. Paradoxalmente carrega o status de original e igual.

Seria esta a Era do Espírito, uma vez que nos posicionamos em um caminhar em que a grande maioria acredita que o cenário atual é verdadeiramente pior do que qualquer outro? Tempos de crise, tempos de estiagem, tempos de revolta coletiva. E agora, o que faremos? Talvez seja este o momento de olhar pra dentro. Um “olhar pra dentro” que transborda. Que alcança o Universo, uma vez que ultrapassa a borda do ego.

Ter menos para gastar ou aprender a conviver com menos? El Niño ou consciência de que precisamos de mais árvores? Estiagem ou respeito ao meio ambiente e abandono do desperdício? Talvez esta seja a era que tanto esperamos. O despertar!

Nós já nos dedicamos à sobrevivência, à guerra, à tecnologia. Mas nós nunca – jamais – estivemos no tempo que se orienta pela prática do “dedicar-se ao espírito, ao todo”. Quem busca uma vida mais saudável, acaba de voltar de uma experiência que só lhe rendeu doenças. Quem olha para os animais com mais compaixão está descobrindo o amor. Quem vive com menos aprende a dominar sua insatisfação. As temperaturas elevadas indicam a necessidade do verde. Visto que as alternativas criadas por meio da tecnologia, como o uso o ar-condicionado, por exemplo, caíram por terra ao indicarem a falta da água como efeito colateral.

A consciência está despertando. Apontando um novo caminho. Um caminho que diz “não” ao desperdício. Um caminho que não dispensa os recursos, o tempo, a vida. Vivamos esta nova e única oportunidade de valorizar!

   (Mani Jardim - trecho de A Fresta de Minha Fossa Abissal) 

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