Pular para o conteúdo principal

AFASTE-SE DE PESSOAS RABUGENTAS




Que tal dar uma vasculhada no que contorna sua vida, ou melhor – nas pessoas que contornam a sua vida? A gente sabe que pessoas rabugentas são C-H-A-T-A-S, mas pouco se fala do quanto elas também podem ser nocivas. Afinal, você quer ser músico mesmo que pra isso tenha que passar uns apertos no final do mês. Você quer fazer aquele curso alternativo que tem poucos interessados. Você quer aquela profissão que não escorre regalias. Quer viajar sem antes ter seguido os planos de aposentadoria dos economistas. E o principal: não suporta mais explicar que é por paixão. Você quer! Você tem grandes sonhos com suas ambições malucas e conhece histórias geniais de pessoas que foram até o fim. E tudo seria simples se a determinação dependesse só da sua força movendo aquilo que acredita. Mas existe aquele alguém que está ali para minar seus sonhos. Não falo daquela pessoa que se importa com você, alerta os perigos, mas deixa que você se arrisque. Falo de quem sequer se dedica a entender sua motivação. Falo das pessoas rabugentas. Aquelas que sempre dizem: isso não dá dinheiro, você está ficando velho... Pessoas rabugentas não sonham – elas poupam. Poupam vida, entusiasmo, expectativa, frio na barriga e – sobretudo – dinheiro.  Quer um conselho? Afaste-se de pessoas rabugentas! Não porque você não é forte o suficiente para lutar ao lado delas, mas porque elas podem fisgar você em um dia ruim, um dia que o seu projeto não foi bem sucedido, um dia de sol tímido... E quando você perceber estará engravatado atrás de uma mesa olhando um peso de papel que pesará em cada euforia que você amputou. E vai doer, talvez pra sempre, talvez você até se torne o rabugento. Lembre-se: é seu sonho, sua vida. Se for pra alguém olhar e dizer “hum, acho que não é isso” que seja você, depois de ter dado os seus próprios tropeços. 


(Mani Jardim - trecho de A Fresta de Minha Fossa Abissal)

Postagens mais visitadas deste blog

Meu ciganismo..

"Quando aparecem as pernas branquinhas e delicadas, as unhas impecáveis e os cabelos pretos brilhantes eu me sinto a Gata Borralheira. Pois é querido, eu não sou assim – dessas que fazem o tipo impecável, “mulher de médico”, que saem de casa de branco e voltam com a mesma tonalidade. Eu sou de Verão. Sim. Eu subo a serra, tenho os cabelos queimados do sol, sou bruta e de natureza quente. Falo mais do que devo quando estou nervosa e calo mais do que devo quando estou impressionada. Eu sou pra lambuzar os lábios e me comporto como um rinoceronte em uma loja de cristais. É sim, exatamente assim que sou. O bônus do meu grunge é a minha simplicidade, mas - calma baby - todo bônus tem um ônus e o meu é pura rusticidade. Se você não consegue ver beleza nas casas coloridas de Parati, se só se apaixona pelo modernismo bem cuidado de Niemayer esqueça, pois pra você eu sou muito feia."  (Mani Jardim)

...

“Ressinto-me de minha rebeldia, de minha revolta gratuita. Sou assim desde pequena, o bebe que não aceitava presilhas no cabelo. Cuja primeira palavra foi um sonoro e pontual: NÃO! Sei que preciso aprender a lidar com as cortinas da vida, mas minha terapia evolui “a passos de formiga e sem vontade”, porque gosto de ir parando no caminho. Eu que já personifiquei admito a minha sensibilidade excêntr ica, mas, acima de tudo, a minha ambição espiritual. Gosto de fidelizar sensações e escrevo para dizer que não me canso. Escrevo para afirmar, de forma cansativa, a minha persistência em ser incansável. As palavras que saem de mim não são verdades absolutas, não são teorias cientificas capazes de resolver equações complexas, tampouco trazem a cura de qualquer cólera vagabunda. Não! São sentimentos em ebulição, em busca de uma simbiose qualquer. Para o outro talvez sejam palavras sem a menor inter-relação, mas- para mim- são sangradas da alma. Reagem ao meu entusiasmo, transf...
Eu sou alguém que se mudou, ainda não sei bem pra onde. Às vezes temo ter me mudado de mim mesma, me sinto distante, não só dos meus, mas também das minhas... das minhas manias, das minhas alegrias, das minhas pedaladas, enfim, talvez das minhas gargalhadas. Estou buscando o caminho de volta, mas me perdi, não sei mais por onde seguir, penso que tem caminhos que a vida toma que transformam os antigos e, talvez, não tenha volta. O tempo passa, a vida muda... e é possível que eu tenha me mudado de mim e tenha me perdido em uma floresta grande e sem nada que faça com que eu me reconheça.  (foto: https://wallhere.com/)